"O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas"
William Shakespeare

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A Frieza do Computador

A história da informatização tem início desde o período das grandes navegações, quando o ser humano foi em direção a novos rumos; novas terras; novos mundos. A Partir daí foi apenas um pulo para a informatização acoplada a tecnologias cada vez mais avançadas. A criação dos computadores (que inicialmente foram construídos para fins militares na segunda guerra mundial) foi o passo crucial para isso. A origem obscura do computador não impediu o seu avanço e, consequentemente, sua popularidade. E, com uma conexão entre dois computadores localizados na Califórnia e Los Angeles (respectivamente), surgiu a internet. Através dela, que é o ápice da informação, o homem consolidou aquilo que estava predeterminado desde que o ser humano se lançou ao mar para a conquista de novas terras: a globalização. Mas será qu toda essa globalização realmente contribui para o propósito fiel da socialização entre os seres humanos? Será que os sistemas informáticos são eficazes para que os homens fiquem mais próximos uns dos outros?
A ideia de socialização não vem desde hoje. Ela é algo que vem sendo cultivado desde os primórdios da humanidade. Hoje em dia, com a rede mundial de computadores, ficou mais fácil conhecer o outro. Messenger, Orkut, Twitter, Facebook... Enfim, uma infinita porção de meios para a socialização em rede. E a rede mundial de computadores não é tão antiga assim não. Somente em meados da década de 90 que se popularizou a internet. Desde o início do século XXI, a internet cresceu muito e, com ela, a importância do computador que já é considerado pela ONU "Um bem universal, do qual todos devem ter acesso". Pois é... o mundo em um clique. Você está no Brasil e, em uma fração de segundos, se vê na Rússia conversando com alguém: "Здравствуй друг! Как поживаешь?"
Hoje em dia o que vemos é a perda da identidade humana. Pessoas muito mais dependentes do uso do teclado. Não há mais um contado direto com o mundo. O homem necessita de demonstrações de afeto e ternura. É praticamente impossível alguém conseguir (através do computador) completar com eficiência esta tarefa. Salvo algumas exceções, as pessoas que frequentam as redes sociais vivem uma mentira. Nessas redes, todo mundo é amigo. Quanta falsidade! Claro que há quem seja amigo na "vida real" mas, no mundo virtual, existem amigos que são conhecidos apenas pela foto do perfil e pelo nome. Mais nada. Com isso, surgem as notícias horrendas que estampam as manchetes dos nossos jornais; notícias sobre pessoas que morreram por que foram se encontrar com seus "amigos virtuais" na vida real. Amigos que, por não haver um contato físico e direto, ficam mascarados pelos perfis das redes sociais e se aproveitam desse "anonimato seguro" para tirar proveito. E, infelizmente, as intenções desse "tirar proveito" são as mais pervertidas possíveis.
Os seres humanos hoje em dia passam mais tempo em frente a um computador do que lendo um livro. As crianças e adolescentes de hoje preferem o "Ctrl+c Ctrl+v" para fazer trabalhos escolares do que ir a uma biblioteca e ler acerca do assunto proposto. É dolorido e chocante afirmar que o homem se tornou um escravo. Um escravo de sua própria criação. O mundo deixou de ser interessante e cativante quando se fez presente na tela de um monitor. É obvio que o mundo inteiro não está armazenado em um servidor de internet. Mas, infelizmente, para muitos está. E isso inclui cerca de 87% da população mundial. Os outros 13% são os cidadãos conscientes que sabem que tudo flui e, portanto, a sociedade irá ganhar apenas se deixarmos de ser tão comuns e agir! Ir a luta por aquilo que é certo e fazer a diferença na humanidade! Acordar para a vida e perceber que é o homem que controla a máquina e não a máquina que domina o homem.
O Século XXI não seria tão rico em informação e seco em amor se não fosse pelo comodismo do qual as pessoas se deixam submeter. Claro que é certo que tudo o que foi dito acerca disso não se aplica a todos os homens. Em 2011, eu tive uma prova de que, através desta máquina, é possível criar vínculos verdadeiramente sociais. Conheci um alguém muito especial. Um alguém que hoje se torna, a cada dia que passa, cada vez mais indispensável na minha vida. Através de conversas simples e diálogos sinceros, cheios de humor (como nas relações casuais entre humanos) essa pessoa releva que, na vida real, ela é o que escreve. Vive e faz tudo o que mostra em rede. E é isso que falta em algumas pessoas. A ideia de que o mundo virtual tem que ser diferente do mundo real deveria estar fora de cogitação. O universo virtual é um ambiente social como qualquer outro e deve ser tratado como tal! Como um bem universal, devemos zelar por ele e lembrar, acima de tudo, que não há nada de especial nele. É um ambiente como outro qualquer, apenas trocamos a fluência da nossa voz pela agilidade dos nossos dedos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário